Asas
Maria Madalena Ferreira dos Santos
Em achados e perdidos encontramo-nos.
Saudamo-nos e apertamos as mãos.
Sentamos ao chão.
Conversamos muito, falamos de tudo, das
nossas desventuras, ilusões, paixões.
Relembramos agruras.
Desfiamos rosários, desfizemos nós, rasgamos
sonhos
antigos, depois, fizemos um trato.
Silenciaríamos de vez as vozes das
nossas
lamentações. Então tudo se aquietou,
calou.
Limpas estavam as nossas almas ,
renovadas.
Saímos para ver o mundo...
Andamos por ruas largas e enfeitadas,
atapetadas.
Perfumadas.
Desviamos dos atalhos que trariam novas
contrariedades.
Aceleramos os passos, medidos, agora,
com precisão.
Comemoramos com alegria nossa libertação.
Dançamos como anjos, alados, longe do
chão.
Brindamos em taças de luz.
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