A lucidez aos poucos foi se apagando dela, murchando aquela flor de pétalas tão delicadas, arrancada pela fúria do vento. Lançada ao longe, sem destino e sem proteção, largada no chão.. Estava ferida. Tirada tão cedo das alegrias da vida, sem chance de saudar a primavera que chegava, abandonou-se ao último suspiro... E a vida continou a ser como era, dias ditosos e ensolarados, pássaros cantando fora e dentro das gaiolas. As borboletas voavam lépidas e faceiras, só a menina sentia falta dela...
"Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos" [Certas Palavras - Carlos Drummond de Andrade]
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Dia especial...
Fez de conta que não tinha nenhuma saudade guardada, lembranças acumuladas nas gavetas fechadas... Não queria ser incomodada, 'sentia' que o dia seria repleto de claridade , o canto dos pássaros não eram tão espaçados... Lembrou que nada tinha sonhado e ficou intrigada, o que teria acontecido? Talvez fosse necessário se preparar melhor para dormir. Resolveu deixar isso de lado...Estava ansiosa demais para abrir a janela e deixar o primeiro raio de sol da primavera entrar...
Comemoração...
Bolo de aniversário
Maria Madalena Ferreira dos Santos
Soprou bem forte para apagar as velinhas acesas em cima do bolo. Sorriu... Todo ano a mesma coisa, sempre uma velinha a mais... Fazer o quê! Não tinha como tirar a 'pilha' do tempo para que ele parasse de rodar, ficasse no mesmo lugar; bem que desejava isso, o espelho andava reclamando de umas ruguinhas aqui e acolá. Ah... Hoje era dia de festa, pra que ficar se preocupando com isso... O bolo era de chocolate! E por nada desse mundo abria mão desse privilégio, mesmo que tivesse mil velinhas pra soprar...
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